segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

EPÍLOGO


EPÍLOGO

As águas, solenes e transversais,
vinham do sul.
Os ventos que as conduziam,
afloravam  em lamentos,
os profundos sofrimentos
originais da insônia
e oriundos da morte.

Na vasta amplidão,
vergada
e pungida
por espigões de espumas.
-correntes de espasmo sideral-
o homem invoca a santa,
o cão, a alcova.

Nos céus, os grandes astros
atônitos e inconscientes,
vomitam
trovões roxos e incandescentes
sobre as faces excomungadas
e as frontes penitentes.

Calma e impávida,
uma andorinha,
(no vai-vem do horizonte),
descreve, no espaço desvairado,
o vôo redivivo
da vida.

E a rosa tresloucada,
em mil pétalas encontrada,
perfuma os ventos
e, as águas esparge de perfume.

SÚPLICA



AO MORRER,
TRAGA-ME A ROSA DOS VENTOS,
QUE DOS ESPINHOS,
FIZ UM CATAVENTO...