Seres
estranhos,
figuras
tortas,
esquálidas
e inermes,
vi,
catando
lixo,
o
lixo
que
me pertence,
o
lixo
que
perdi.
Vieram
em bandos,
emergindo
dos esgotos,
uns,
escancarando a sombra de velhos,
outros,
a silhueta de meninos,
mas
todos rotos,
mais
que trapos,
-
vermes de lá-,
abjetos
daqui-
com
mãos biformes,
esguias
muletas,
catando
lixo,
lixo
das latas,
lixo
dos becos e sarjetas,
o
lixo
que
me pertence,
o
lixo
que
perdi.
E
num repente,
em
bandos diluídos,
-espavorida
coorte-,
para
dentro das estrelas,
para
os confins dos horizontes,
partindo
todos,
os
vi,
feitos
monturos de lixo,
do
lixo
que
me pertence,
do
lixo,
que
perdi.
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