quarta-feira, 8 de agosto de 2012

AMARGO MOMENTO

Tendo descortinar espaços;
vejo meu corpo ao avesso,
pandorgueando,
pandorgueando,
sem esfera,
sem ritmo
como rouca matraca.
Principio a dissecação,
osso por osso,
fibra por fibra,
coágulos, vísceras,
pêndulos,
nervos,
tendões,
lágrima e retinas,
idéias e emoção.

Amargo momento,
infrutífera operação!

Esvai-se a massa cinzenta,
na paisagem cerebral,
- a multiforma racional –
que pandorgueu,
pandorgueu arrítmica
no espaço,
sem espaço,
em bravatas siderais
e desequilibrou
a rota da nave solar.

Retorno ao principio do fim.
Uma gota d’água
tamborila no telhado,
refazendo a canção.

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