segunda-feira, 20 de agosto de 2012

“O CARROCEL”


(Artigo 121, inciso 3º do Código Penal).

Carrossel, gira, gira,
gira, gira carrossel...
Não é azul,
nem de jasmim.
É negro e luzidio,
de puro pau marfim.
Tem rodas robustas,
emblemas e bandeirolas.
Não é de cirandas
 e cinderelas pascais.
É de ferro, carcaças
céreas e letais.

Tem carga valiosa;
retinas verdes e azuis,
nádegas frágeis e juvenis.
Não tem pássaros,
nem pandorgas,
mas lapelas escarlates,
crepes e cetins.

 Carrossel gira, gira,
vai e vem, vem e vai,
com força, rapidez total,
entre alamedas de ciprestes
e papoulas outonais.

E... o dono do mundo,
de fraque, cartola e pincenê
comanda a dança das horas
em sua redoma de cristal...





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