O ANDAIME
Perto do céu,
balança, balança,
de dentro da terra
sobe, sobe, o andaime,
ao céu, ao...
beleléu, beleléu,
que o céu, não alcança.
Sobe, sobe, o andaime,
carregando o homem,
balança, balança
cimento, pá e areia,
terra fria, terra crua,
ao céu,
que o céu não alcança.
Lá do alto,
espia o pássaro só.
Cá, na terra fria e crua,
escancara a tumba negra
com boca de pedra,
argamassa e suor,
areia e pó.
E o pássaro Tridente,
voraz e retangular,
pia no balanço do andaime,
que balança, balança,
sobe, sobe ao céu,
ao beleléu...beleléu,
que o céu, afinal, alcança.
Xanxerê, 23-09-87
Nenhum comentário:
Postar um comentário