Eu gostaria que minha poesia
fosse terna, tão terna
como um suave madrigal
afagando a face do luar.
Que brotasse meiga de uma estrela
e, (como o orvalho bento das manhãs,)
fosse bálsamo de curar feridas
ofertado em redoma de cristal.
Eu gostaria que minha poesia
não convertesse em deixa
todo o desamor do mundo
respingado de sangue e ais.
No entanto, ela traduz em versos,
a triste sina e o anátema cruel
de quem rodopia na sarjeta
esmolando piedade e amor!
X. 29/10/1991.
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